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Mário Jucá, gerente de Ensino e Pesquisa da Santa Casa de Maceió

Até a inauguração do Hospital Universitário, em meados de 1970, a Santa Casa de Maceió era o principal pólo de formação profissional da Medicina alagoana. Atuando como hospital de ensino, formou várias gerações de médicos em seus quase 160 anos de existência.
Por muitos anos, a formação dos acadêmicos seguiu o modelo europeu, com renomados médicos rodeados pelos melhores estudantes dos últimos anos de curso. Mesmo não sendo mais hospital-escola da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), a Santa Casa de Maceió continuou sendo cenário de ensino por meio do estágio supervisionado.
Em 2005, com a aprovação do Ministério da Educação, a instituição abriu um curso de especialização em Cirurgia Geral, Clínica Médica e Anestesiologia para médicos de Cabo Verde, país insular africano, localizado no Oceano Atlântico, a 640 km a oeste de Dacar, no Senegal.
“Estamos encerrando agora, com imensa satisfação, a formação do último médico caboverdiano”, disse o gerente de Ensino e Pesquisa, Mário Jucá, lembrando que o convênio internacional formou 12 profissionais africanos graças a parceria com a Ufal e a Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal). “Eles estão prontos para prestar uma assistência de qualidade aos nossos irmãos africanos”, acrescentou Jucá.
Num país onde é grande a carência de médicos e principalmente, de especialistas, graças à iniciativa Cabo Verde ganhou o reforço de um psiquiatra, obstetras, pediatras, anestesiologista, cirurgião geral e clínico geral.

Cenário de ensino

Mesmo não sendo credenciada pelo MEC como hospital-escola, a Santa Casa de Maceió é hoje cenário de ensino para 470 estudantes de diversas faculdades públicas e privadas de Alagoas, sendo campo de estágio ou internato para acadêmicos da saúde como de áreas como arquitetura, engenharia etc.
A Santa Casa de Maceió recebe acadêmicos de Enfermagem da Seune; de Serviço Social e de Enfermagem da Faculdade Integrada Tiradentes (Fits); de Fisioterapia da Faculdade de Alagoas (FAL); de Nutrição e de Enfermagem do Cesmac; de Obstetrícia, Pediatria e Terapia Ocupacional da Universidade de Ciências da Saúde (Uncisal) e da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), incluindo ainda, neste caso, acadêmicos de Serviço Social.

Residência Médica

Com investimento anual superior a R$ 1 milhão, a Residência Médica da Santa Casa de Maceió possui atualmente 23 residentes em vários estágios do curso. “A aprovação e ingresso de médicos residentes da Santa Casa de Maceió em cursos de pós-graduação de importantes centros de ensino do País é uma prova de que estamos formando profissionais com alto nível de qualificação”, acentuou Mário Jucá.
O aumento de inscritos no processo seletivo da Residência Médica também revela o crescente interesse dos médicos que buscam uma especialização de referência. Se no ano passado 84 candidatos formalizaram inscrição, esse ano 139 médicos concorreram a uma das 18 vagas distribuídas em sete especialidades, um aumento de 65%.
Foram abertas vagas em Anestesiologia, Clínica Médica Cirurgia Geral, Obstetrícia/Ginecologia, Ortopedia, Otorrinolaringologia e Pediatria. Apenas Nefrologia não teve interessados.