“Stents” reduzem a reincidência de aneurisma cerebral
Os neurorradiologistas Rodrigo Peres, da Santa Casa de Maceió, e Vitor Mendes, da Universidade de Genebra, realizaram esta semana a primeira cirurgia para tratamento de aneurisma utilizando "stents" modificadores de fluxo.
Para entender a técnica é preciso antes saber o que é aneurisma cerebral, patologia que atinge entre 1% e 2% da população e que, quando há sangramento, chega a vitimar quase 20% dos pacientes ainda na primeira hora.
“Quando sangra, o aneurisma cerebral provoca uma fortíssima dor na cabeça do paciente. Os sobreviventes relatam que a dor não se compara a nenhuma outra”, descreveu o neurorradiologista da Santa Casa de Maceió, Rodrigo Peres.
“O aneurisma cerebral é uma dilatação sacular (em forma de saco) da parede das artérias – vasos que levam o sangue do coração aos tecidos, no caso, o cérebro. Um defeito genético que enfraqueça a parede desses vasos – que estão sob contínua pressão – pode levar a sua dilatação, formando bolsões (aneurismas) que podem romper-se a qualquer momento”, acrescentou Peres. Esse rompimento é justamente o que ocasiona um dos mais graves AVCs (acidente vascular cerebral, popularmente conhecido como derrame) hemorrágico.
Atualmente existem três principais técnicas intervencionistas para o tratamento do aneurisma. A mais recorrente é a que utiliza um cateter, haste flexível que percorre as artérias até o interior do aneurisma, que é preenchido com espirais de platina, dispensando a cirurgia. A mais recente, utilizada pelos neurorradiologistas intervencionistas Rodrigo Peres e Vitor Pereira Mendes, consiste na implantação de um duto em forma de malha (stent) na artéria portadora do aneurisma, que redireciona o fluxo sanguíneo em seu interior, permitindo o fechamento do aneurisma com a preservação dos vasos normais.
A tecnologia pesquisada pelo brasileiro Vitor Pereira Mendes em Genebra garante um resultado no longo prazo, reduzindo praticamente a zero a possibilidade de reincidência.
“Os stents modificadores de fluxo isolam o aneurisma, alteram o fluxo sanguíneo e permitem a reconstrução natural do vaso, qualidade que nenhuma outra tecnologia possui atualmente”, detalhou Rodrigo Peres, lembrando que a tecnologia dispensa a necessidade de preenchimento do aneurisma com espirais de platina.
A próxima iniciativa será uma parceria a ser firmada entre a Universidade de Genebra e a Santa Casa de Maceió para a realização de pesquisas relacionadas ao estudo de fluxo nos pacientes com aneurisma cerebral.
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