Gestão profissional e receitas alternativas viabilizam superávit na Santa Casa de Maceió em 2011
A frieza dos números muitas vezes não revela a realidade concreta dos fatos. Quando o Relatório Anual da Santa Casa de Maceió divulgou esta semana que a instituição subsidiou o Sistema Único de Saúde em R$ 21,5 milhões, um leitor menos atento poderia não perceber a real dimensão do problema.
Para avaliar melhor o que significa esse descasamento entre o serviço prestado pela instituição e o pago efetivamente pelo SUS, vale acompanhar três casos de pacientes internados em 2011 nas áreas da Cardiologia, Neurologia e Cirurgia Geral. Os nomes dos pacientes, obviamente, foram omitidos, mas os números não.
No primeiro caso, o paciente permaneceu 84 dias internados na UTI após ser submetido ao tratamento cardiológico conhecido como endocardite infecciosa em válvula nativa. O custo total deste paciente ficou em quase R$ 184 mil. O problema é que o SUS repassou apenas R$ 53,5 mil, ou seja, um prejuízo de R$ 130,5 mil arcado pela Santa Casa de Maceió.
Em outro caso, o paciente permaneceu 69 dias na UTI Neurológica e 43 em enfermaria. O custo total ficou em quase R$ 142 mil, dos quais apenas R$ 46,7 mil foram cobertos pelo SUS. E quem ficou com o déficit de pouco mais de R$ 95 mil? A Santa Casa de Maceió.
No terceiro caso o paciente ficou internado 15 dias em UTI e 32 em enfermaria por conta de uma cirurgia de varizes no esôfago. Os cerca de R$ 11 mil repassados pelo SUS nem de longe cobriram os cerca de R$ 80,5 mil gastos com o paciente. Resultado: mais um prejuízo de quase R$ 70 mil.
Para cobrir o déficit do SUS, a instituição profissionalizou a gestão, racionalizou despesas e receitas e passou a atender também a pacientes de convênios e particulares, evitando o estado de insolvência enfrentado por muitas filantrópicas.
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