Pacientes do SUS em Maceió têm acesso ao caro esfincter urinário
O urologista Mário Ronalsa, coordenador do Programa Saúde do Homem (PSH), garantiu junto à Secretaria de Saúde de Maceió recursos para que o município financie a implantação do dispositivo conhecido como esfíncter urinário artificial AMS-800, utilizado em casos severos de incontinência urinária.
A conquista é comemorada pelo urologista Mário Ronalsa, coordenador do PSH, já que a grande maioria da população brasileira não tem como arcar com o valor do dispositivo. Devido ao custo bastante elevado, nem os convênios e nem o Sistema Único de Saúde cobre esse tipo de procedimento. O trabalho de articulação realizado por Mário Ronalsa tornou Maceió a única capital brasileira a garantir esse direito à população masculina.
"O dispositivo consiste de um sistema de compressão uretral que permite ao paciente realizar a descompressão no momento da micção. O esfíncter artificial (anel inflável) é implantado ao redor da uretra. A válvula que abre e fecha o canal fica posicionada no tecido subcutâneo da bolsa escrotal, sendo acionada com os dedos pelo próprio paciente. Vale destacar que o dispositivo fica sob a pele, ou seja, não é visível", explicou Ronalsa.
Além do esfincter artificial (17 já foram implantados), o Programa Saúde do Homem vem articulando e viabilizando uma série de outras iniciativas, como atendimento ambulatorial especializado em hospitais, realização de cirurgias minimamente invasivas, participação em programa semanal de rádio entre outros. Tais iniciativas foram alvo de elogios do Ministério da Saúde, por meio da Coordenação Nacional de Atenção à Saúde do Homem, e poderão servir de referência para futuros projetos a nível nacional.
Os homens que sofrem de incontinência urinária grave, ou seja, perdem urina involuntariamente, precisam colocar uma prótese que substitua a função do esfíncter urinário (músculo que, ao se contrair, mantém fechado automaticamente o canal que leva a urina para fora do corpo).
Prevalência
A incontinência urinária é ocasionada, geralmente, em decorrência de cirurgias de próstata e reto e de lesões na coluna vertebral. "Estatísticas apontam que entre 0,5% e 34% das cirurgias de prostatectomia radical, para o tratamento do câncer de próstata podem acarretar incontinência urinária definitiva e, nestes casos, a solução é o implante do esfíncter urinário artificial", explica o urologista Mário Ronalsa.
Ainda segundo o especialista, 17% dos homens acima dos 60 anos de idade terão em algum momento desta fase da vida um dos três níveis de incontinência urinária, seja a leve, a moderada ou a severa. A prevalência de doenças como o diabetes em estágio grave, a paraplegia ou tetraplegia, estas duas de cunho neurológico, também podem levar ao estágio mais severo da incontinência urinária.
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