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Silenciosa, hepatite A ainda é um grande problema de saúde pública

O conhecimento atual do alfabeto das hepatites virais permite classificá-las em hepatites tipo A, B, C, D e E conforme suas características epidemiológicas e de evolução. Enquanto as hepatites A e E são de contaminação oralfecal e não evoluem para um quadro crônico, as do tipo B, C, e D são por contato pelo sangue (parenteral) ou sexual e podem evoluir para doença crônica do fígado (confira o box ao lado).
A hepatite viral A (HVA) continua sendo uma das doenças infecciosas mais frequentes no mundo, apesar da existência de medidas preventivas específicas através da vacina.
Como a infecção geralmente não apresenta sintomas, um grande número de casos permanece sem registro. Estudo na America Latina demonstrou que o vírus da hepatite é a principal causa de Hepatite infecciosa. Este dado foi confirmado também em um estudo realizado no Brasil, onde foi evidenciado uma frequência de 41,4% na região Nordeste.
"A HVA ainda é um problema de saúde pública no mundo inteiro, sendo mais frequente em áreas nas quais as condições sanitárias e de higiene são precárias. Por isso, são mais recorrentes em regiões desfavorecidas do ponto de vista socioeconômico, podendo ocorrer em formas de surtos, epidemias ou casos esporádicos", disse a professora doutora em Gastroenterologia pela USP, Celina Maria Lacet.
O ser humano é o hospedeiro natural do vírus da HVA, que se replica no fígado e é eliminado pelas fezes, portanto sendo transmitido por via oralfecal. A água, os alimentos contaminados e o contato íntimo e prolongado com portadores do vírus são os grandes veículos de propagação da doença.
São considerados ainda como fatores de risco o convívio familiar, o compartilhamento de material de higiene pessoal, da privada e em diversas outras situações verificadas em creches, escolas infantis e instituições para deficientes mentais.
A infecção ocorre durante todo ano, entretanto, é mais frequente no verão e em períodos de chuva. A doença tem um período de incubação, sem sintomas, de 28 dias (que pode variar entre 15 e 50 dias).
Após esta fase surgem os sintomas da doença: febre, mal estar, falta de apetite, náuseas, dor abdominal e a icterícia (pele e olhos amarelados), com urina escura e as fezes esbranquiçadas. Este período dura em média 15 a 20 dias, desaparecendo totalmente com 2 meses.
"É importante lembrar que a fase de maior contaminação ocorre uma semana antes do aparecimento dos sintomas, fato este que revela a dificuldade no controle da do contágio da doença. Outro problema é o fato de que 70% dos pacientes simplesmente não apresentam sintomas", lamenta Celina Lacet, que atua como preceptora de Clínica Médica da Santa Casa de Maceió e como professora adjunta da Uncisal.
O diagnóstico é realizado através de exame de sangue para HVA por meio de sorologia específica para este tipo de vírus. De baixo custo, o exame é realizado pelo SUS. A má notícia é que não existe tratamento específico para a hepatite aguda A.

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