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Desviando-se de perigos como se descesse uma ladeira esburacada em cima de um salto alto, a mulher brasileira precisa se equilibrar mais ainda para evitar que três fatores de risco andem juntos: hipertensão, obesidade e sedentarismo.

Isolados, cada um deles representa sérios riscos à mulher, mas em conjunto pioram ainda mais o cenário, aproximando-as de uma perigosa lista de patologias, entre elas, os temidos câncer de mama e de útero e a fatal doença cardiovascular (DCV), representada principalmente pelo infarto agudo do miocárdio e pelo acidente vascular cerebral (AVC).

Aproveitando a campanha Outubro Rosa, especialistas como a cardiologista Maria Alayde Rivera vêm buscando ampliar o debate sobre a saúde feminina abrindo espaço também para outros preocupantes inimigos das mulheres.

“É o caso da doença cardiovascular. Ela é a causa mais frequente de morte em mulheres, respondendo por um terço da mortalidade geral no mundo inteiro”, alerta Alayde Rivera. No Brasil, ela responde por metade das mortes em mulheres acima de 50 anos, o que é um número assustador na opinião da cardiologista.

Por sua vez, um levantamento do Instituto do Coração de São Paulo revelou que, há 40 anos, em cada dez casos de doença cardiovascular apenas um era feminino. Hoje, a proporção é de três para um.

Segundo o Vigitel Brasil 2012 (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), alguns fatores de risco para a doença cardiovascular têm maior impacto entre elas do que entre eles. O baixo nível de atividade física lidera o ranking, impactando mais a mulheres (73,5%) do que os homens (58,5%).

“As mulheres vivem em média 10 anos a mais que os homens, entretanto, as sequelas deixadas pelas doenças cardiovasculares levam o sexo feminino a um grau mais elevado de incapacitação. Por isso, a família pode e deve ajudar para que esta mulher continue a realizar seus sonhos, porém, com qualidade de vida”, finaliza Alayde.