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Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), em conceito definido em 1990 e atualizado em 2002, “cuidados paliativos consistem na assistência promovida por uma equipe multidisciplinar, que objetiva a melhoria da qualidade de vida do paciente e seus familiares, diante de uma doença que ameace a vida, por meio da prevenção e alívio do sofrimento, da identificação precoce, avaliação impecável e tratamento de dor e demais sintomas físicos, sociais, psicológicos e espirituais”.

Dentro dessa premissa, a Unidade Cônego João Barbosa Cordeiro, instalada no terceiro pavimento da Santa Casa Rodrigo Ramalho, na Praia do Sobral, no Prado, vem, há cinco anos, atendendo de forma humanizada pacientes oncológicos que necessitam de cuidados maiores que apenas o tratamento da doença. Já foram mais de mil pacientes atendidos desde sua inauguração, com uma média de 200 pessoas por ano.

Equipe multiprofissional da unidade segue os preceitos da OMS

“A unidade é a primeira do SUS para Cuidados Paliativos, em Alagoas. O que fazemos é tratar o paciente, não a doença. Buscamos dar mais qualidade de vida a estas pessoas que estão em suas retas finais, então tentamos minimizar os sintomas, auxiliamos a família a lidar com a situação, bem como os ajudamos a tratar questões sociais e burocráticas”, explicou a oncologista Carolina Zau, gestora médica da Santa Casa Rodrigo Ramalho.

De acordo com Zau, empatia é muito importante. “Quem faz parte da equipe precisa gostar de estar ali, tem que querer estar ali, pois não adianta ter um profissionais que não possua, por exemplo, condições emocionais de acompanhar os pacientes. Até agora tivemos muita sorte, pois a equipe é muito diferenciada, que se envolve. As pessoas acham que trabalhar com Cuidados Paliativos precisa ser frio, ou vão morrer de sofrimento, mas não. O profissional tem que ser sensível e se colocar no lugar do outro”, ressaltou a oncologista.

Em cinco anos, a unidade tornou-se referência em assistência oncológica em Alagoas atendendo a pacientes pelo Sistema Único de Saúde. O complexo reúne serviços especializados de urgência oncológica, internamento em quimioterapia, unidade de cuidados paliativos e odontologia oncológica.

Para manter tais serviços, a Santa Casa investiu em infraestrutura e na contratação de profissionais capacitados para oferecer uma assistência humanizada aos pacientes e seus familiares. Permanecem na unidade serviços de exame como de ultrassonografia e radiologia (raios-x) pelo SUS.

Carolina Zau destaca o atendimento diferenciado aos pacientes

Com nove leitos de internação, a unidade conta com uma equipe multiprofissional, com médicos, enfermeiros, farmacêutico, nutricionista, fonoaudiólogo, entre outros, todos focados no objetivo principal de dar mais conforto ao paciente.

“O paciente com câncer em estado avançado, não tem apenas um problema físico. Cuidamos de questões sociais, espirituais e familiares dele. Tentamos ao máximo valorizar e manter esse paciente ativo, independente da fase da vida que esteja, por isso que são promovidos aniversários, casamentos e celebrações de data comemorativas, porque na unidade valorizamos a vida”, destacou a oncologista Carolina Zau.

O pacientes que chegam aos Cuidados Paliativos são encaminhados pelo serviço de oncologia da Santa Casa ou de outras equipes da instituição, como a Clínica Médica, mas também do Hospital Geral do Estado (HGE).

“Tentamos que o paciente viva o mais ativamente possível, com melhor qualidade de vida, com o mínimo de sofrimento, até o fim. Então cada conquista do paciente dentro da unidade é uma vitória para ele, como tomar banho no banheiro, porque não fazia isso há muito tempo, é se alimentar sozinho, ou ver um parente que não encontrava há muito tempo. Na unidade conseguimos resgatar esse contato, resolver problemas burocráticos de questões sociais, como benefícios para a família, inclusive casamentos. O último casamento realizado na unidade foi uma celebração à vida, ao amor. Ele já estava planejado e foi um momento muito importante para o paciente, que conseguiu trazer toda a família do interior”, destacou.