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Câncer colorretal está entre os cânceres mais frequentes no Brasil

Terceiro mais frequente em homens (após próstata e pulmão) e o segundo entre as mulheres (após neoplasia de mama), o câncer colorretal ocorre no intestino grosso e reto. Sedentarismo, obesidade, idade, tabagismo, má alimentação e o excesso de bebidas alcoólicas estão entre os fatores de risco para o surgimento da doença. Hereditariedade também.

Coloproctologista Aline Apel durante procedimento de colonoscopia realizada na Santa Casa de Maceió

Estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA) apontou que para cada ano do biênio 2018/2019, fossem diagnosticados 36.360 novos casos de câncer colorretal no Brasil. Esses valores correspondem a um risco estimado de 16,83 casos novos a cada 100 mil homens e 17,90 para cada 100 mil mulheres.
A Santa Casa de Misericórdia de Maceió realiza o tratamento completo dos pacientes, incluindo rádio e quimioterapia, e a cirurgia colorretal laparoscópica, envolvendo equipes da cirurgia oncológica e coloproctologia. Mesmo nos casos de metástase, dependendo da extensão, é possível a cura. Com as técnicas modernas de tratamento, 20% dos pacientes metastáticos conseguem a cura, desde que tenham acesso. Nos anos 2000, quem tinha câncer metastático vivia cerca de 12 meses. Hoje, mesmo em situações incuráveis, há sobrevida de 40 meses.
Especialistas apontam que a doença é mais comum a partir de 65 anos, mas que a frequência em pacientes mais jovens tem aumentado. “Quem tem casos de câncer de intestino grosso na família deve iniciar o exame mais precocemente. Cada caso deve ser avaliado individualmente. O ideal é que se faça o exame de colonoscopia a partir dos 50 anos, pois esse exame consegue identificar e tratar lesões como pólipos, antes que esses se transformem em neoplasia maligna. 90% dos casos de câncer colorretal iniciam de pólipos simples, que se transformam e evoluem para câncer ao longo dos anos”, explicou a coloproctologista da Santa Casa de Maceió, Aline Apel.

Colonoscopia é indicada para pacientes a partir dos 50 anos

A colonoscopia serve não apenas como exame de prevenção, tratando as lesões antes que se transformem em câncer, mas também é o principal meio de diagnóstico da doença instalada, através da visão direta e biópsia da lesão encontrada. Com base nos sintomas, pede-se para fazer uma colonoscopia que, por meio de uma câmera introduzida pelo ânus, vai visualizar todo o intestino. Onde houver lesão, um pedaço é retirado para biópsia a fim de determinar se é câncer ou tumor benigno. Confirmando pela biópsia que é câncer colorretal, outros exames são necessários para ver se está em fase inicial ou se já tem metástase.


Se diagnosticado no início, as chances de cura ultrapassam os 90%. Para tanto, é preciso ficar atendo aos sintomas de dor anal, sangramento nas fezes, dor abdominal em cólicas, perda de peso, anemia e alteração do hábito intestinal recente. “Porém, no caso do paciente já ter sintomas, geralmente a doença já está em estágio mais avançado”, disse a especialista.
O câncer colorretal é um tipo de neoplasia que pode ser prevenida, em boa parte dos casos, através da mudança de hábitos e iniciando o rastreamento na idade correta. Alimentação rica em fibras, diminuindo consumo de carnes vermelhas e alimentos industrializados e processados, optando por uma dieta mais natural, atividade física, não fumar e diminuir consumo de bebidas alcoólicas, estão entre os hábitos que ajudam a prevenir o surgimento da doença.
O tratamento pode ser feito de diversas maneiras. Depende do local do tumor, da fase mais ou menos avançada da doença e da condição clínica do paciente. Esse tratamento pode ser curativo ou paliativo, ou seja, pode ter como objetivo a cura ou apenas o conforto do paciente. Pode ser feito através do próprio exame da colonoscopia para casos mais iniciais, através de cirurgia convencional ou laparoscópica, ou pode ser necessário tratamento com radioterapia ou quimioterapia. Existem protocolos para cada tipo e fase de neoplasia, mas o tratamento ideal deverá ser individualizado e discutido entre a equipe médica e paciente.
“O que precisa ficar claro é que se deve ter um estilo de vida saudável, através de alimentação mais próxima possível do natural, abandonar o sedentarismo, ficar longe de cigarro e procurar um coloproctologista para uma avaliação a partir dos 50 anos, independente de sintomas”, enfatiza Aline Apel.

 

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