Hora Dourada: aplicação de antibiótico na primeira hora nos pacientes em quimioterapia que apresentam febre
Projeto é desenvolvido há dois anos pela equipe multidiscipliniar da Oncologia Pediátrica da Santa Casa de Maceió
Dentro da programação do Setembro Dourado, a Oncologia Pediátrica da Santa Casa de Maceió promoveu, na quinta-feira (26), uma manhã cheia de informação, sorrisos, comidinhas gostosas, e muitos abraços do Dr Excelêncio. A ação reforçou a campanha Setembro Dourado e celebrou os dois anos do Projeto Hora Dourada – Minutos que salvam vidas.
De acordo com Alessandra Lamenha, coordenadora da oncologia pediátrica e do projeto implantado na Santa Casa Farol, a instituição conseguiu capacitar toda a equipe envolvida no atendimento às crianças dentro do processo do Hora Dourada. “Dos recepcionistas aos nossos médicos, todos sabem o que é preciso fazer. A mensagem também é reforçada entre os familiares e as crianças, que são orientados a vir imediamamente ao hospital caso os pacientes apresentem febre. Assim, eles podem receber o antibiótico, que já fica separado na farmácia do hospital em kits”, disse a oncologista.
Na também chamada Hora Ouro, o antibiótico precisa ser aplicado em até 60 minutos após a chegada do paciente no hospital com quadro de febre . Para agilizar o atendimento, no totem para retirada de senha no Pronto Atendimendo do hospital há a opção “paciente em quimioterpia”. “Nesses dois anos, atendemos cerca de 250 crianças e quase que não tivemos perda de paciente por infecção. A taxa de mortalidade por esta causa foi de 1,2%. Nos últimos seis meses, temos atingindo quase 100% de antibiótico na primeira hora. A admissão de pacientes na UTI por esta causa reduziu em 85% no decorrer destes 2 anos. O paciente em tratamento tem prioridade absoluta ao chegar”, destacou Alessandra.
O Hora Dourada conta com o apoio do hospital americano, St. Jude, localizado em Memphis, nos Estados Unidos, e da Aliança Amarte, grupo dos 33 centros brasileiros que compõem a aliança e atua na construção das melhores estratégias para o diagnóstico precoce e tratamento de crianças e adolescentes com câncer em todo o mundo.
SETEMBRO DOURADO – No mês e conscientização sobre a importância do diagnóstico precoce do câncer infantojuvenil, a celebração dos resultados do Hora Dourada contou com a participação de mães como Jéssica Ferreira dos Santos. Ela tem três filhos, entre eles Valentina, que trata um câncer no fígado.
Há dois anos, a menina apareceu com sintomas fáceis de serem confundidos com doenças simples de criança. Nas idas e vindas ao posto de saúde, a pequena foi diagnosticada “com verme”. Mas, apesar das medicações, não melhorava.
“Descobrimos o câncer de forma muito aleatória. Fizemos outros exames, mas não aparecia que ela tinha a doença, só apontava que era verme. Então comecei a dar muitos remédios para tratar isso, mas o problema não diminuía. Ao contário, só aumenava. A barriguinha dela começou a crescer muito e ela passou a ter várias reações, como febre, dor de cabeça, vômito… Buscamos um médico particular, que passou uma ultrassonografia. Não deu outra: o câncer no fígado já estava avançado”, contou Jéssica.
Acompanhada pela equipe multidisciplinar da Oncologia Pediátrica, Valentina se prepara para realizar uma cirurgia. Jéssica destaca que o projeto Hora Dourada tem sido fundamental para o tratamento da filha. “Assim que ela tem febre, corro para o hospital. Fico com medo dela ter alguma reação, mas, assim que a gente chega aqui, é atendido super rápido. Já começa o processo do antibiótico”, finalizou.
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