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Dez anos de Simpósio Nordestino de Doença Coronária

O cardiologista Gilvan Oliveira Dourado, 64 anos, formou-se em Medicina pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e concluiu residência médica em Cardiologia, pelo Hospital Adventista Silvestre, e em Hemodinâmica, pelo Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, ambos em São Paulo. Trabalhou nos hospitais Adventista Silvestre e São Lucas entre 1972 e 1977. Em 78, mudou-se para Maceió ingressandono Instituto de Doenças do Coração da Santa Casa de Maceió, onde atua até hoje. Em 1973, juntamente com Nahaliel Rodrigues, introduziu no Brasil a técnica de Judkins, como rotina para cinecoronariografia. No ano seguinte, introduziu no País o cateterismo por punção femural em crianças como rotina.

NA SUA AVALIAÇÃO QUAIS FORAM OS PRINCIPAIS FATOS ATÉ ENTÃO NA CARDIOLOGIA INTERVENCIONISTA NO BRASIL E NO MUNDO?

O principal fato foi a própria intervenção coronária como opção terapêutica. Este procedimento é uma realidade e os avanços são impressionantes. Hoje o grande ganho são os Stents farmacológicos, valvuloplastias, fechamentos de comunicações nas diversas formas, implante de prótese aórtica, etc.

O SR. PODERIA NOS DIZER, QUAIS SÃO SEUS ÍCONES NA CARDIOLOGIA INTERVENCIONISTA?

Como iniciei esse processo em 1983 (5 anos após a introdução do método), não poderia deixar de ter meus ícones. O primeiro; Grutzing, e na atualidade, diria, Jean Frajad, meu mestre José Eduardo Souza, e o meu amigo Costatino Costatini.

NA SUA EXPERIÊNCIA DE VIDA, O SR. ACHA QUE EXISTE DIFERENÇA NO MÉDICO DE SUA GERAÇÃO PARA AS GERAÇÕES MAIS NOVAS?

Nos meus 39 anos de prática médica, vejo algumas diferenças. A principal delas é a que antes exercíamos a especialidade clínica de cardiologista além de sermos hemodinamicista.
Na cardiologia Intervencionista, creio que nós, os mais antigos, pegamos todas as fases da evolução da Intervenção (balões, aterotomos, Stent convencionais e etc.), e com isto podemos julgar com mais segurança os resultados obtidos.

O SR. ORGANIZOU O SIMPÓSIO NORDESTINO DE DOENÇAS CORONÁRIAS DURANTE 10 ANOS. O QUE O LEVOU A PENSAR E MANTER ESSE EVENTO?

O Simpósio Nordestino de Doença Coronária surgiu em minha cabeça em 1999, quando estava no PCR em Paris. Troquei idéias com Ludimila Oliveira, e de imediato tivemos o apoio da Bioassist na pessoa de Vitor Hugo Monbach. O que nos veio em mente era reunir clínicos, hemodinamicistas e cirurgiões, em Maceió, no último sábado de novembro visando obter melhora científica, harmonização nas condutas, integração de coleguismo e amizade na Região Nordeste. Em cada evento fomos obtendo estas respostas e então mantivemos o evento até à presente data.

A CARDIOLOGIA INTERVENCIONISTA, EM ESPECIAL OS STENTS, VOLTA E MEIA SÃO QUESTIONADOS EM RELAÇÃO À SUA SEGURANÇA OU À SUA EFICÁCIA, E RECENTEMENTE FOI PUBLICADO O ESTUDO SYNTAX E UM ESTUDO SOBRE FOLLOW UP DE 10 ANOS DO STENT CONVENCIONAL DA X MAMÁRIA. POR FAVOR, FAÇA UMA AVALIAÇÃO CRÍTICA DESSES DOIS ESTUDOS E OUTROS E SEU IMPACTO NA PRÁTICA MÉDICA.

Sem dúvida alguma, com a Evolução dos Stents Farmacológicos, o estudo Syntax está sendo fundamental na consolidação da intervenção versus cirurgia. Hoje podemos com toda segurança intervir em pacientes multiarteriais e darmos a este paciente resultados idênticos a cirurgia.
Nos Stents Convencionais, a única perda é na reintervenção, entretanto não é problema de alto risco novo procedimento, bem diferente de nova cirurgia.

O SR. É RECONHECIDAMENTE UMA PESSOA QUE SEMPRE TEVE SUA POSTURA MUITO CLARA, E HOJE O CARDIOLOGISTA INTERVENCIONISTA, POR TRABALHAR COM MATERIAIS DE ALTO CUSTO E ATUAR AMPLAMENTE EM ESPECIAL NA D. CORONÁRIA, VEM SENDO QUESTIONADO DE TODA FORMA, DESDE PLANOS DE SAÚDE, INSTITUIÇÕES, ESPECIALIDADES CORRELATAS, ETC. QUAL O CONSELHO QUE O SR. DARIA PARA NÓS PROFISSIONAIS NESSA DIFÍCIL E COMPLEXA RELAÇÃO?

O problema de custo dos materiais não depende de nós médicos. O que sabemos é que se trata de uma cadeia de fatos complexos: os materiais estão em permanente evolução (média de 30 meses de vida). Estudos randomizados são sempre necessários. Custo das importações, consignação, demora de pagamento dos convênios e repasses dos hospitais aos fornecedores. A indústria banca todos os custos dos eventos científicos (simpósios, congressos), entretanto ficam dando a entender que nós médicos é que somos culpados pelo encarecimento da medicina. A nossa função de médico é de estarmos capacitados para tratar o paciente da melhor forma possível, e sempre usando o bom senso.

QUAL O FUTURO DA NOSSA ESPECIALIDADE?

O futuro da nossa especialidade é difícil de ser prever. Não sabemos que Devices teremos daqui a 5 anos. Porém enquanto não houver alguma droga milagrosa que dissolva a placa de ateroma, a nossa especialidade existirá.

NESTES 10 ANOS DO SEU SIMPÓSIO, QUAIS FORAM SUAS MAIORES ALEGRIAS?

Cada simpósio me trouxe alegria e satisfação, pois sempre os objetivos foram alcançados.

O QUE PRETENDE PARA OS PRÓXIMOS 10 ANOS?

Nos próximos 10 anos pretendo levar a vida que levo. Trabalhar, curtir minha família, filhos, netos, viajar, e sempre estar atualizado na cardiologia intervencionista, pois estes são os motivos de viver alegre e FELIZ.

(*) Entrevista concedida ao site www.snnehci.org.br

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