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Santa Casa define protocolo para internação hospitalar

Hélvio Chagas Ferro, médico intensivista da Santa Casa

Hélvio Chagas Ferro, médico intensivista da Santa Casa

Um paciente hipotético, com seus 80 anos, dá entrada na Emergência de um hospital também hipotético. Sintomas: fortes dores abdominais. Após uma série de exames e uma biópsia descobre-se que as dores são provocadas por um câncer em estágio avançado.
Ciente dos fatos, a família prefere que o paciente permaneça internado durante o tratamento, mesmo que seja paliativo. Pensando na qualidade de vida do paciente e sua influência benéfica no tratamento, os médicos sugerem que ele permaneça próximo da família e seja atendido em casa ou em sistema de "home care".
O cenário acima leva médicos e especialistas a discutir os critérios que devem ser levados em conta para o internamento de pacientes. Conforme afirma o médico intensivista Hélvio Chagas Ferro existem critérios que devem ser seguidos para a internação de pacientes. “Há muitos casos em que a qualidade de vida e o convívio com a família devem ser privilegiados no lugar de uma internação hospitalar”, disse Hélvio Ferro, citando como exemplo o caso das UTIs (Unidades de Terapia Intensiva).
“As UTIs existem para recuperar o paciente e devolvê-lo a sua rotina diária com qualidade de vida. Não é sinônimo de morte”, acrescentou, parafraseando uma máxima da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB): “Não tratamos dos doentes; tratamos das pessoas”.
Para ajudar as famílias e pacientes a identificar quem precisa de internação, Hélvio Chagas Ferro lista os seguintes casos. Primeiro, estão os pacientes com potencial risco de morte ou doença que altere sua homeostase (o equilíbrio do organismo). Segundo, os pacientes com doenças de difícil controle a nível ambulatorial ou que precisam de internação para evitar complicações de forma preventiva. Terceiro, os pacientes sem diagnóstico preciso após atendimento ambulatorial ou cujo exames precisam ser realizados no ambiente hospitalar.
Na mesma lista estão pacientes que apresentam febre prolongada de origem obscura; pneumonia com insuficiência respiratória; idosos com múltiplas comorbidades em risco; pacientes cirúrgicos eletivos ou de emergência; pacientes com traumas externos, como nos casos de acidentes; pacientes atendidos em casa “home care” que apresentem piora no quadro clínico etc. Há também alguns internamentos especiais, chamados de “longa permanência”, cuja recomendação é o atendimento no domicílio do paciente. São os casos dos pacientes crônicos ou terminais.
“Toda internação exige que o paciente deixe o seu cotidiano e o convívio das pessoas que ama. De igual forma, o organismo debilitado o deixa mais exposto a doenças oportunistas e a riscos diversos de ordem física e psicológica, daí a importância desses pacientes ficarem ‘internados’ em casa. Isso é fundamental em sua recuperação”, afirma Hélvio Chagas Ferro.
Recebendo entre 900 e 950 pacientes/ano, a UTI Geral é apenas uma das Unidades de Tratamento Intensivo da Santa Casa de Maceió. Além da UTI Geral, os pacientes do SUS, particulares e de convênios têm a disposição as UTIs Neurológica, Coronariana, Cardíaca, Pediátrica, Neonatal e Respiratória.
Com os esforços em torno da Acreditação foi implantado um sistema de escore de risco, conhecido como "Mews", que define os critérios clínicos para internação em uma das UTIs da instituição.

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