Exame de sangue e urina detectam primeiros sinais da doença renal
Um em cada dez brasileiros tem problemas nos rins, segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN). A questão é que a Doença Renal Crônica (DRC) age de forma silenciosa em seu início. Prova disso é que 70% dos pacientes descobrem o problema tardiamente, ou seja, precisam da terapia renal para continuar vivendo. Esse foi um dos motivos, inclusive, que levaram a Sociedade Internacional de Nefrologia a dedicar o Dia Mundial do Rim deste ano à prevenção da DRC. Também conhecida como Insuficiência Renal Crônica, a DRC é caracterizada pela perda progressiva e irreversível da função dos rins.
“A doença renal é silenciosa não somente na fase inicial. Ela pode não apresentar sinais ou sintomas mesmo durante sua evolução em fases mais avançadas”, explicou a nefrologista Maria Carolina Santa Rita, lembrando que um simples exame de sangue – para avaliar a dosagem de creatinina – e o sumário de urina podem identificar a DRC precocemente.
“A descoberta tardia pode levar a alterações irreversíveis e à dependência de um tratamento específico como a hemodiálise, a diálise peritoneal ou mesmo o transplante renal”, acrescentou a médica, lembrando que depois dos 40 anos o indivíduo perde em média 1% da função renal ao ano. Mas não pense que a DRC afeta somente idosos. Ela pode atingir pessoas em todas as idades”, prosseguiu a nefrologista.
Segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia, existem no Brasil mais de 100 mil pessoas fazendo diálise. E para cada paciente em diálise, há 20 pessoas com algum grau de DRC ainda sem sintomas, a grande maioria sem ter conhecimento de tal situação. A entidade estima algo entre 1,2 e 1,5 milhão de brasileiros portadores de DRC.
Dia Mundial em Alagoas
Este ano o Dia Mundial do Rim foi celebrado no dia 12, já que a data é móvel, sendo comemorada toda segunda quinta-feira do mês de março. Trata-se de uma iniciativa conjunta da Sociedade Internacional de Nefrologia (ISN) e da Federação Internacional de Fundações de Rim (IFKF) com ações simultâneas em vários países. No Brasil, a campanha é coordenada pela SBN, com apoio do Ministério da Saúde.
Em Maceió, a Sociedade Alagoana de Nefrologia participou da mobilização mundial com uma equipe multidisciplinar num estande defronte ao antigo Alagoinhas, na orla da Ponta Verde. Em pauta, esclarecimentos sobre os riscos da doença, prevenção, aferições de pressão arterial e glicemia capilar, além de entrega de material educativo e aplicação de questionário específico.
“Para garantir o bom funcionamento destes órgãos, orienta a nefrologista Maria Carolina Santa Rita, é preciso ter hábitos alimentares saudáveis, evitar o excesso de sal e de gorduras, ingerir água durante todo o dia, controlar o peso, praticar esportes, controlar a pressão arterial e a glicose, não fumar e não tomar remédios sem orientação médica.”
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