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Serviço irá monitorar a dor aguda em pacientes no pós-operatório

Com a evolução da anestesia, o ato anestésico vem se tornando cada vez mais seguro ao longo dos anos. Na Santa Casa de Misericórdia de Maceió tudo começa com a consulta pré-operatória. A escolha da técnica é individualizada, baseada no potencial de dor do procedimento cirúrgico, estado físico do paciente, suas comorbidades, e dando preferência a uma analgesia multimodal através da combinação de fármacos de diferentes classes visando a obtenção de um efeito analgésico otimizado e com mínimos efeitos colaterais.

Procedimento visa otimizar a analgesia, reduzir possíveis complicações associadas a dor e dar mais conforto aos pacientes

“Fazemos uma entrevista com o paciente, que depois é examinado e avaliado clinicamente. Quando necessário, são solicitados exames complementares para definirmos o tipo de anestesia, se vamos precisar de uma monitorização mais invasiva ou não. A técnica anestésica em alguns casos pode ser definida no momento da cirurgia. Depende do caso. A consulta pré-anestésica fornece informações importantes à equipe do centro cirúrgico, aumentando as chances de que se obtenha um desfecho favorável e reduzindo ainda mais os riscos de complicações”, disse a anestesiologista Hélvia Madeiro.

Anestesiologista Hélvia Madeiro

Com a finalidade de otimizar a analgesia, reduzir a incidência de possíveis complicações associadas a dor aguda mal manejada e oferecer melhor conforto aos pacientes internados na Santa Casa de Misericórdia de Maceió, unidades Farol e Centro, a Clínica de Anestesiologia de Maceió (CAM) iniciará o serviço de dor aguda atuando nos procedimentos cirúrgicos de médio e grande porte com potencial álgico importante.

O novo serviço também atuará mediante interconsulta aos pacientes internados com difícil manejo álgico através da realização de visitas hospitalares para otimização de analgesia e em casos selecionados, através da implantação de analgesia controlada pelo paciente por via venosa ou epidural (PCA). Os primeiros passos para a implantação do serviço começaram a ser dados há seis meses. A equipe de anestesiologistas da Santa Casa de Maceió realiza consultas pós-operatórias com a visita diária aos pacientes internados, quando são avaliados a noite do paciente, se houve dor e a ocorrência de outros sintomas associados como náuseas e vômitos.

“Inicialmente, vimos a necessidade nos pacientes de pós-operatório que é onde se encontra o maior índice de dor aguda no hospital. Observamos o mau controle dessa dor e começamos a elaboração de um serviço para dar um suporte a esses pacientes. Nesses casos podemos fazer uso da bomba de PCA (Patient Controlled Analgesia) que é a analgesia controlada pelo paciente, um método seguro, que permite que o próprio paciente, ao sentir dor, obtenha analgesia através do simples disparo de um botão acoplado a uma bomba de infusão com liberação de medicação analgésica, garantindo assim o alívio da dor de forma imediata, sem espera e supervisionado pelo especialista”, explica a anestesiologista e especialista em dor Lise Alencar.

Alívio da dar passou por grandes avanços nos últimos anos

Anestesiologista Lise Alencar

Dentre os benefícios do novo processo de atendimento estão uma maior satisfação dos pacientes, redução do tempo de internação hospitalar com alta hospitalar precoce, recuperação otimizada associada a uma menor incidência de íleo paralítico, atelectasias, infecções hospitalares e eventos tromboembólicos.
Segundo as especialistas, um serviço de dor dentro do ambiente hospitalar envolve tanto o tratamento aos pacientes portadores de dor crônica a nível ambulatorial, (dor oncológica, neuropática, osteo-musculares), assim como os pacientes portadores de dores agudas em pós-operatório imediato, dores crônicas agudizadas e pacientes vítimas de politrauma.
“Até meados de 1960, sentir dor era considerado uma consequência inevitável decorrente de lesão tecidual. Nos últimos anos, houve uma grande evolução na compreensão dos mecanismos envolvidos na dor e com isso grandes avanços referentes ao seu adequado tratamento. Hoje, muito mais do que simples ato humanitário, o alívio da dor é considerado uma exigência ética”, destacou Lise Alencar.

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