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Praias poluídas e o consumo de marisco mal cozido favorecem contaminação por hepatite A

Médica Rosemeri Bernardi alerta para o risco em se consumir alimentos contaminados ou crus como a ostra

Médica Rosemeri Bernardi alerta para o risco em se consumir alimentos contaminados ou crus como a ostra (abaixo)

ostra in natura

Banhistas precisam estar alertas para evitar praias poluídas

Banhistas precisam estar alertas para evitar praias poluídas como neste flagrante da Ponta Verde, ocorrido no inverno do ano passado

Você costuma tomar banho de mar em locais considerados poluídos ou após períodos de chuva, que costumam elevar os índices de coliformes fecais nas praias? Gosta de comer mariscos crus ou mal cozidos? Bebe água ou gelo de procedência duvidosa?
Se respondeu sim a algumas dessas perguntas, então você corre o sério risco de contrair hepatite A. Quem faz o alerta é a médica Rosemeri Bernardi, da Santa Casa de Maceió.
Ela explica que a transmissão do vírus da hepatite A é principalmente oral-fecal, ocorrendo também através do contato interpessoal e da ingestão de água e alimentos contaminados, o que inclui frutas e verduras mal lavados. A transmissão pelo sangue é incomum, mas possível, porque existe um pequeno período de viremia (presença de vírus no sangue).
Após a contaminação, o vírus fica incubado de duas a seis semanas. A fase de doença é geralmente assintomática, principalmente em crianças, podendo passar despercebida.
“Os sintomas são muito inespecíficos, podendo ser confundidos com outras doenças, principalmente as virais. São eles: febre, dor de cabeça, náuseas ou vômitos, falta de apetite e dor no lado direito do abdome (fígado inflamado)”, relata Rosemeri Bernardi.
“A doença torna-se bem perceptível e fácil de ser diagnosticada quando há ictéricia (pele e olhos amarelados) e colúria (urina escura). Esta fase dura em média 30 dias”, acrescenta a médica.
Quando acomete o adulto, os sintomas geralmente são mais acentuados e mais graves. Em 0,1 e 0,5% existe o risco de hepatite fulminante, grave, necessitando de UTI e às vezes até de transplante hepático.
Não há tratamento específico para o vírus, portanto baseia-se no repouso relativo, dieta adequada para a idade e medicamentos para aliviar os sintomas. Poucos são os casos que precisam de internamento hospitalar, mas todos precisam de acompanhamento específico.
A prevenção da hepatite A é realizada com modificações comportamentais como higienizar as mãos; lavar e usar hipoclorito nos alimentos (duas gotas para 1 litro de água); cozinhar bem os mariscos; e observar a procedência de ostras cruas. Para a desinfecção de objetos, bancadas e chão de instituições, pode-se usar solução de hipoclorito de sódio 2,5%.
Outra forma de profilaxia são as imunizações ativa e passiva. A imunização ativa (vacina) deve ser aplicada em profissionais de saúde, pessoas com doenças hepáticas crônicas entre outras. A vacina contra a hepatite faz parte do calendário básico de saúde do país desde 2014 e destina-se a crianças de 1 a 2 anos visando a erradicação doença.
“O uso da imunoglobulina anti-A está indicada para grupos de risco: viajantes para áreas endêmicas e contatos domiciliares. Após exposição ao vírus pode-se usar a imunoglobulina até duas semanas para evitar ou amenizar a doença”, finalizou a médica.

 

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