Santa Casa alerta para os riscos da Morte Súbita Cardíaca
Nos Estados Unidos são registrados mais de 300 mil casos de mortes cardíacas súbitas. No Brasil o número cai, mas ainda é preocupante: por dia, mais de 700 pessoas morrem subitamente. A maioria dessas mortes ocorre fora do ambiente hospitalar, o que reforça a necessidade do treinamento do cidadão comum. “Numa parada respiratória, cada minuto corresponde a perda de 10% da chance de sobreviver. Quanto mais rápido e melhor for feito o atendimento, maior a probabilidade de sobrevivência”, disse Maria Alayde Mendonça Rivera, cardiologista e gerente de ensino e pesquisa da Santa Casa de Misericórdia de Maceió.
Segundo ela, o medo que as pessoas têm de não saber o que fazer e piorar o estado de quem está passando mal, contribui para o alto número de óbitos. “O certo a se fazer é chegar perto de quem está desfalecido, sacudir com delicadeza a fim de checar se a pessoa responde ao chamado e em caso de negativa, pedir que alguém chame o resgate. Enquanto isso é fundamental que a pessoa que perdeu a consciência seja colocada sobre uma superfície dura, com o tórax para cima e, se possível, receba compressões na parte final do tórax. "Isso ajuda o sangue a circular enquanto chega o resgate”, explicou a doutora Maria Alayde.
A campanha é um alerta para o grande numero de pessoas que morrem subitamente e que poderiam ser regatadas. Mobilizar a sociedade, pelos órgãos de educação e saúde, a promover o treinamento em larga escala, principalmente nas escolas, é uma das proposições.
“Precisamos que a sociedade perceba que o treinamento é importante A campanha chama a atenção para o problema e procura viabilizar, junto com a comunidade, formas de treinamento adequado”, salientou a cardiologista, lembrando que a população deveria ser treinada, desde cedo.
Chamado de fibrilação ventricular, na morte cardíaca súbita, o ritmo cardíaco no momento da parada, na maioria dos casos, é um só. Se esse ritmo for reconhecido e resolvido com um choque elétrico, a chance de sobrevivência é ainda maior. A arritmia é o evento final, sendo a oclusão (fechamento) de uma artéria coronária a causa da morte.
De acordo com a doutora Maria Alayde, cada vez que um paciente tem uma dor no peito ao se exercitar, a suspeita que ele tenha entupimento de alguma coronária é imediata. “A providência inicial é encaminhar o paciente para testes na esteira e caso se confirme o diagnóstico é realizado um cateterismo. Já no exame o problema pode ser resolvido e a chance desse paciente sofrer morte súbita é muito menor”, disse a gerente de ensino e pesquisa da Santa Casa de Misericórdia de Maceió.
O risco de sofrer morte cardíaca súbita é maior entre as pessoas que possuem placas de aterosclerose nas artérias coronárias, mas não tem nenhum sintoma. As causas da instabilidade dessas placas ainda é desconhecida. “Muitas pessoas morrem subitamente dormindo. Mas também pode acontecer enquanto se está caminhando no shopping, trabalhando, almoçando. A ideia da campanha é que existam pessoas capazes de reconhecer o problema e possam agir rapidamente”, disse a doutora Maria Alayde.
A campanha de prevenção Coração na Batida reivindica que todos os municípios criem e cumpram uma lei que obrigue que em todos os locais públicos haja um desfibrilador automático com pessoas treinadas para o uso desse aparelho.
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