SUS: três meses sem cirurgias infantis no Hospital Nossa Senhora da Guia
Apesar das negociações da Secretaria de Saúde de Maceió, o Hospital Nossa Senhora da Guia (HNSG) ainda não recebeu autorização para retomar as cirurgias pediátricas. Os procedimentos cirúrgicos e a assistência ambulatorial pediátrica, esta última realizada na Santa Casa Poço (SCP), foram suspensos desde outubro de 2015 deixando mais de 700 crianças sem atendimento por mês nas duas unidades. Vale destacar que o HNSG é o único Hospital Amigo da Criança de Maceió, reconhecido pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e Ministério da Saúde.
“Deixamos de realizar no hospital entre 140 e 160 intervenções cirúrgicas por mês e na Santa Casa Poço mais de 550 atendimentos pediátricos”, lamenta o cirurgião pediatra Luciano Agra, coordenador do Serviço de Cirurgia Pediátrica da Santa Casa de Maceió.
Ele destaca o empenho do secretário da Saúde de Maceió José Thomaz Nonô e do secretário adjunto, o médico Antonio de Pádua, porém, lembrou que esse esforço precisa urgentemente do apoio do Governo do Estado e, principalmente, dos demais 101 municípios alagoanos, uma vez que quase 60% das crianças atendidas são oriundas desses municípios.
“Com a interrupção das cirurgias em outros hospitais de Maceió, imagino o sofrimento que pais e mães, principalmente do interior alagoano, estão enfrentando para recuperar a saúde de seus filhos”, comentou o diretor médico do Hospital Nossa Senhora da Guia.
Pré-natal supenso
Outro problema sério é a suspensão dos incentivos do Estado que viabilizavam as consultas de pré-natal e de puericultura (acompanhamento dos bebês até 1 ano de idade). “Reiteramos que a Secretaria Estadual de Saúde volte a liberar tais recursos para que estes serviços possam ser prestados em benefício das crianças e gestantes”, solicitou Luciano Agra.
Subsídio
Mesmo com os incentivos do Ministério da Saúde (Hospital 100% SUS, Rede Cegonha e incentivos da contratualização) e dos governos de Alagoas e de Maceió (Pro-Mater), a Santa Casa de Maceió precisa injetar anualmente mais de R$ 2 milhões no Hospital Nossa Senhora da Guia para que a unidade não feche as portas.
“A unidade se mostra deficitária economicamente desde sua inauguração e só continua aberta devido à missão filantrópica da Santa Casa de Maceió”, diz Agra.
“Seu fechamento deixaria milhares de mães e crianças sem o atendimento de qualidade prestado por nossa equipe e reconhecido até pelo Unicef”, acrescenta o cirurgião, destacando que tais recursos poderiam ser usados na ampliação de serviços e em benefício da própria comunidade.
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