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Ações de conscientização e reforço no atendimento do público masculino em todo o Brasil serão amplamente realizadas durante o Novembro Azul. Apesar do câncer de próstata ser o grande vilão, outras doenças ganham a atenção dos especialistas, que buscam evitar que mais homens entrem nas estáticas do Instituto Nacional de Câncer (INCA).

“De maneira geral, os homens se cuidam muito menos do que as mulheres. Fiz um levantamento no DataSus sobre os três primeiros meses do ano, e, enquanto, 1,3 milhão de pacientes foram atendidas por ginecologistas, apenas 400 mil homens viram um urologista. Os homens precisam lembrar que são provedores de suas casas. Se eles não fazem o que as mulheres têm feito, de se aproximar mais do médico, vão acabar deixando suas famílias de forma mais precoce, trazendo prejuízos emocionais e financeiros para todos que o cercam”, disse o urologista da Santa Casa de Maceió, Mário Ronalsa.

Urologista Mário Ronalsa fala sobre a ampliação do foco na saúde do homem

Localizada na frente do reto e embaixo da bexiga urinária, a próstata é uma glândula que deve ser monitorada a partir dos 45 anos, especialmente se o paciente tiver histórico familiar. O exame é simples, rápido e indolor. Mas a doença não é a única que ronda a saúde masculina e preocupa os urologistas.

“Quando tratamos de Novembro Azul, a sociedade pensa apenas na próstata, mas, na realidade, todos os problemas da saúde do homem são abordados, como o tabagismo, diabetes, hipertensão, acidentes de trabalho, entre outras questões. No entanto, na urologia, além do câncer da próstata, que esse ano, no Brasil, fará 65 mil novos casos, aproximadamente 13 mil mortes, com um novo caso diagnosticado a cada 7 minutos e um óbito a cada 40 minutos, temos que nos preocupar com o câncer de pênis, que é mutilante”, alertou o urologista da Santa Casa de Maceió, Mário Ronalsa.

De baixa incidência, a doença tem feito vítimas nas regiões mais pobres do país, como Norte e Nordeste. “Antigamente, a doença se apresentava em pacientes mais velhos, acima dos 60 anos. Hoje temos casos de pessoas com 30 e 40 anos que precisam ter seus pênis amputados”, ressalta o especialista. Sobre outras patologias, Mário Ronalsa destaca que o país tem entre 10 a 15% de homens com litíase urinária (pedras nos rins) e 52% dos homens com algum grau de disfunção erétil. “Outra doença que também atinge muito os homens é a incontinência urinária”, disse.

RASTREAMENTO – No dia 11 de novembro, o trabalho voluntário da Santa Casa de Misericórdia de Maceió e da Sociedade Brasileira de Urologia, realiza a 7ª edição do Novembro Azul. A ação de rastreamento do câncer de próstata é direcionada a um grupo selecionado e conta com o auxílio dos membros da Liga Urológica Acadêmica da Uncisal (LUAU). Por causa da pandemia, a iniciativa ficou pausada por dois anos.

Além da consulta individualizada com exame do toque retal, os pacientes poderão tirar dúvidas na palestra de conscientização. “Este ano atenderemos 30 pacientes que foram previamente cadastrados. A partir da consulta urológica, caso necessitem, eles serão encaminhados para unidades da Santa Casa de Maceió onde irão completar os exames de rastreio, como o da ressonância magnética”, disse o urologista da Santa Casa de Maceió, Mário Ronalsa.